De acordo com o relatório, as mulheres vítimas desse crime têm um perfil de alta vulnerabilidade: 66%, ou duas em cada três estudaram só até o ensino fundamental; e 16% delas, o equivalente a uma em cada seis, eram analfabetas. Também duas em cada três eram trabalhadoras rurais atuando na pecuária e em lavouras, especialmente na de café. A cada dez resgatadas, sete são negras.
Notícias relacionadas:Fim do trabalho escravo exige novas políticas, dizem especialistas.Trabalho escravo: mais de 2 mil foram resgatados no Brasil em 2024.Segundo o MTE, o número de mulheres nessa situação pode ser ainda maior. Isso porque muitos casos não são identificados. São as chamadas "trabalhadoras invisíveis", porque desempenham atividades com menos visibilidade, como cuidadoras de crianças ou cozinheiras.
Auditores do Ministério do Trabalho apontam ainda que, apesar de as mulheres resgatadas serem minoria, representando 3% do total, em muitos casos são idosas com décadas de vida submetidas a condições degradantes de exploração. Muitas delas sequer têm família ou amigos, porque começaram a trabalhar ainda quando crianças na casa do empregador.