Brasília queima, e governo discute providênciasEm um dia que começou com Brasília coberta pela fumaça de um incêndio iniciado no domingo no Parque Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se ontem para discutir com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, novas medidas para combater a seca e as queimadas no país. As providências, que incluem medidas provisórias, devem ser anunciadas hoje, segundo o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação.A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as causas do incêndio no parque, uma unidade de conservação federal. O ICMBio já afirmou que o fogo foi criminoso. O incêndio começou no limitedo parque Água Mineral e da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República. A estimativa é que 1,2 mil hectares tenham sido atingidos.A seca e as queimadas têm elevado as cobranças de governadores e prefeitos dos estados tomados pelos focos de incêndio a Lula. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), afirmou ontem discutir com outros governadores a apresentação de uma Ação Direta de Inconstitucinalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) por omissão do governo federal. Segundo Caiado, os chefes dos executivos estaduais têm poder limitado de atuação em momentos de crise.Incêndio no Parque Nacional de Brasília cobriu cidade de fumaçaOfícios de cobrança Desde abril, autoridades do Amazonas mandam ofícios ao governo federal pedindo ajuda. O último deles chegou ao gabinete de Marina Silva, na segunda-feira passada, assinado pelo governador Wilson Lima (União Brasil). No documento, ele cobra apoio às ações de combate às queimadas e pede equipamentos básicos para os brigadistas. Também pede apoio junto ao Fundo Amazônia para análise e aprovação de um Projeto de Combate à Incêndios e Desmatamentos no Amazonas.O Ministério do Meio Ambiente respondeu em nota que, desde 2023, reforça as ações de combate aos incêndios no estado. O governo do Amazonas informou que conta hoje com 690 homens atuando no combate às queimadas nos municípios do Sul do estado e na região metropolitana de Manaus, onde são mais frequentes as ocorrências de incêndios ambientais.O secretário extraordinário de controle do desmatamento e ordenamento ambiental e territorial do Ministério do Meio Ambiente, André Rodolfo de Lima, admite “tensionamento” com governadores,mas considera isso normal.