Chanceler alemão Olaf Scholz viaja ao Brasil para encontro com Lula![]() O
chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, visitará o Brasil e se encontrará com
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira (30). A informação
foi confirmada nesta sexta-feira (20) pelo embaixador alemão no Brasil, Heiko
Thoms, em post no Twitter. A data já fora antecipada por Lula, mas, até
então, sem confirmação por fontes diplomáticas alemãs. Para
Thoms, a visita de Scholz ao Brasil, a segunda de uma autoridade
alemã em menos de um mês, é um "sinal de fortalecimento da
cooperação" entre as duas nações. Em 1º de janeiro, o presidente
alemão, Frank-Walter Steinmeier, esteve na posse de Lula. Na
ocasião, falando a jornalistas alemães, Steinmeier, disse ser bom saber
que o Brasil está de volta aos palcos internacionais. Nós
precisamos do Brasil, precisamos da liderança política brasileira, que o país
desempenhe o seu papel. E não apenas na economia, como também na proteção
climática global",
declarou o chefe de Estado alemão. No
dia anterior à posse, Lula e Steinmeier tiveram um encontro bilateral amistoso. Viagem
à América do Sul Scholz
viajará para a América do Sul na companhia de ministros e de
representantes de grandes empresas alemãs. A comitiva também visitará a
Argentina e o Chile. Os três países sul-americanos têm atualmente governos
de esquerda, enquanto o Partido Social Democrata da Alemanha
(SPD), de Scholz, é de centro-esquerda. De
acordo com o porta-voz do governo alemão, Steffen Hebestrei, a viagem reforça a
importância da região como parceira do governo federal no aprofundamento
das relações político-econômicas e no combate às mudanças climáticas. Segundo
Hebestreit, o governo alemão também vê os três países como parceiros valiosos
na luta por uma ordem internacional multipolar e baseada em regras. Thoms destacou
ainda que a ministra alemã da Cooperação, Svenja Schulze, também estará em
Brasília no fim do mês: Estamos
prontos para lutar juntos pela proteção da floresta tropical e pelo
desenvolvimento socialmente justo e inclusivo", escreveu no Twitter. Fundo
Amazônico Após
um distanciamento do Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro, a Alemanha,
importante parceiro comercial brasileiro, tem manifestado interesse numa reaproximação
política. Uma das possibilidades é que o país europeu destine mais recursos
financeiros para custear projetos e ações de preservação ambiental
principalmente na Amazônia. No
começo de janeiro, quando Steinmeier esteve no Brasil, a
Alemanha anunciou o desbloqueio de 35 milhões de euros destinados ao
Fundo Amazônia, a título de compensação pela redução do desmatamento no bioma
amazônico durante o ano de 2017, ainda na gestão de Michel Temer. Criado
em 2008, o fundo recebe doações de instituições e governos internacionais para
financiar ações de prevenção e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Os
recursos são usados para financiar projetos de redução do desmatamento e a fiscalização
do bioma. Bolsonaro
protagonizou vários ataques verbais ao governo alemão, especialmente quando
Berlim cobrou mais proteção ambiental no Brasil. O governo brasileiro também
promoveu mudanças unilaterais na gestão do Fundo Amazônia, que conta com
recursos da Alemanha e da Noruega, provocando críticas dos dois países e
paralisando o programa. Diante do desmonte de políticas ambientais no Brasil,
Berlim também congelou o envio de recursos para programas ambientais ao país
sul-americano durante a era Bolsonaro. No
início de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o
governo brasileiro reativasse o fundo em até 60 dias. A medida foi
cumprida na atual gestão. Em seu primeiro dia à frente do Poder Executivo,
Lula assinou um decreto autorizando o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) a voltar a captar doações financeiras para o Fundo
Amazônia. Além
da área ambiental, Lula e Scholz também devem discutir formas de ampliar as
relações comerciais bilaterais e debater o crescimento da extrema direita
em vários países. Um
dia após a invasão das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas radicais, Scholz
usou o Twitter para condenar os atos golpistas e a depredação do Palácio
do Planalto, do Congresso Nacional e do prédio do Supremo Tribunal Federal
(STF). Imagens
terríveis nos chegam do Brasil. Os ataques violentos contra as instituições
democráticas são um atentado à democracia que não pode ser tolerado. Estamos
profundamente solidários com o presidente Lula e com o povo brasileiro", escreveu
Scholz no Twitter. Relações
estremecidas Nos
últimos quatro anos, Brasil e Alemanha se distanciaram. Nem Scholz, nem sua
antecessora, Angela Merkel (de centro-direita, no cargo até dezembro de 2021)
visitaram o Brasil enquanto Bolsonaro ocupou o Planalto. O brasileiro
tampouco foi convidado para visitas de Estado ao país europeu. Em
2019, a então chanceler federal Angela Merkel disse ver com grande
preocupação a situação no Brasil sob Bolsonaro. Em 2020, o governo alemão
ainda admitiu que a cooperação com o governo federal brasileiro em áreas como
política ambiental e assistência aos povos indígenas estava sendo cada vez mais
difícil. Embora
os atritos entre os dois países não tenham sido tão explícitos como os
enfrentados pela França com Bolsonaro, o SPD, que participava da coalizão de
Merkel e atualmente lidera o governo alemão, não escondeu sua preferência por
Lula durante a campanha eleitoral. Em
novembro de 2021, Scholz chegou a se encontrar com o petista em
Berlim após o resultado da última eleição alemã, quando ainda negociava a
formação do atual governo. Diversas figuras do SPD também manifestaram
solidariedade a Lula enquanto o petista esteve preso. Conteúdo: DW
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