A
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação termina
amanhã (30), mas todas as vacinas destinadas à imunização de crianças e
adolescentes continuam disponíveis nos postos de saúde, incluindo
três imunizantes que protegem contra a meningite. De acordo com dados do
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre janeiro e agosto
de 2022, o número de casos da doença meningocócica no estado aumentou 55,5%
quando comparado com o mesmo período de 2021. Durante todo o ano de 2021, foram
registrados 959 casos de meningite e 30 casos de doença meningocócica, sendo
que oito foram a óbito. Em 2022, até agosto, foram 977 casos de meningite e
28 casos de doença meningocócica, sendo que sete foram a óbito. Apesar de
não haver um surto da doença no estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES)
alerta para a importância dos pais e responsáveis levarem as crianças e jovens
para se vacinar.
As vacinas oferecidas nos postos que protegem contra diferentes tipos de
meningite são: Meningocócica C (conjugada), que previne contra o tipo C da
doença meningocócica; Penta, que evita a meningite causada pela bactéria
Haemophilus influenzae B, além de outras quatro doenças; e a ACWY, que protege
contra estes quatro sorotipos da meningite meningocócica.
Meningocócica C
No
Brasil, há maior predominância de circulação da meningite C. É por este motivo
que o calendário vacinal público prevê, desde 2010, a aplicação da vacina
meningocócica C (conjugada). O esquema vacinal prevê duas doses, aos 3 e aos 5
meses de idade, e um reforço, que deve ser feito preferencialmente aos 12 meses
de idade.
Em julho deste ano, o Ministério da Saúde ampliou a oferta da Meningocócica C
para trabalhadores da saúde e crianças com até 10 anos de idade. Crianças entre
5 e 10 anos que nunca receberam o imunizante devem tomar apenas uma dose. Já
para os trabalhadores de saúde, a indicação é de uma dose de reforço, mesmo
para aqueles com esquema vacinal completo.
Meningocócica ACWY
No
início de setembro, o Ministério da Saúde (MS), por meio do Programa Nacional
de Imunizações (PNI), ampliou a idade de cobertura da vacina ACWY, que protege
contra esses quatro sorotipos da meningite meningocócica. Agora, crianças e
adolescentes de 11 a 14 anos podem receber o imunizante gratuitamente no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar da faixa etária com maior risco de adoecimento ser a de crianças menores
de 1 ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais
responsáveis pela circulação da doença no país. Cerca de 10% dos adolescentes e
adultos são portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe (garganta) e
podem transmitir a bactéria, mesmo sem adoecer. A bactéria é transmitida de uma
pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro,
tosse). Geralmente, após a transmissão, a bactéria permanece na orofaringe do
indivíduo receptor por curto período e acaba sendo eliminada pelos próprios
mecanismos de defesa do organismo. Desta forma, a condição de portador
assintomático tende a ser transitória, embora possa se estender por períodos
prolongados de meses a até mais de um ano. Em menos de 1% dos indivíduos
infectados, contudo, a bactéria consegue penetrar na mucosa respiratória e
atinge a corrente sanguínea levando ao aparecimento da doença meningocócica.
Haemophilus influenzae B
A
vacina Penta protege contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche,
Haemophilus influenzae B e hepatite B. A bactéria Haemophilus influenzae B pode
provocar infecção no nariz, na garganta e na meninge. O imunizante é aplicado
nas crianças aos 2, 4 e 6 meses de idade.
As meningites
A
meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a
medula espinhal. Ela pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.
As meningites virais e bacterianas são as de maior preocupação para a saúde
pública, por sua capacidade de causarem surtos. Em geral, a transmissão ocorre
de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e
secreções do nariz e da garganta. A transmissão também pode se dar pela
ingestão de água e alimentos contaminados ou contato com fezes. Coberturas
no estado do Rio de Janeiro
No Estado do Rio de Janeiro, a cobertura vacinal de rotina contra a meningite C
em menores de 1 ano, assim como para outras doenças, vem caindo nos últimos
anos. Em 2017, a taxa ficou em 91,32%; em, 2018, em 87,86%; em 2019, reduziu
para 76,81%; em 2020, caiu para 57,12%; e em 2021, ficou em 54,49%. Em 2022,
até o dia 22 de setembro, a taxa inserida no sistema estava em 36,38%.
A cobertura vacinal da Penta foi 93,49%, em 2017; 88,16%, em 2018; 55,15%, em
2019; 55,77%, em 2020; e 54,27%, em 2021. Este ano, até o dia 22 de setembro, a
taxa está em 34,67%.
Para vacinas aplicadas em crianças e adolescentes acima de 1 ano, o Ministério
da Saúde não recomenda cálculo de cobertura vacinal, mas sim o cálculo de doses
aplicadas. No caso da vacina Meningocócica ACWY, por ser a aplicação
recomendada para crianças e adolescentes de 11 a 14 anos, o registro também é
feito desta forma. Em 2021, o Sistema de Informações do Programa Nacional de
Imunizações (SI-PNI) teve o registro de 95.009 doses do imunobiológico
aplicadas no estado do Rio de Janeiro. Em 2022, até setembro, foi registrada a
aplicação de 36.253 doses.
Os dados podem sofrer alterações devido a atrasos na atualização da informação
pelas equipes dos municípios e à atualização do site pelo Ministério da Saúde.
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