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O Esporte como instrumento de inclusão na Educação Especial | Riobrasil Noticias

O Esporte como instrumento de inclusão na Educação Especial

O Esporte como instrumento de inclusão na Educação Especial

14/07/2022 11:33:00 | Rio de Janeiro | Fonte: Jornal em Destaque

DA REDAÇÃO

O Jornal Em Destaque reproduz a seguir o Artigo Acadêmico construído por Rodrigo Arantes Burgos (Licenciado em Pedagogia; Bacharel em Educação Física e Bacharel em Comunicação Social – Jornalismo. Pós-graduado em especializações nas áreas de Educação, Saúde e Esportes), que une com excelência Educação e Saúde, e que por ser esse conteúdo de tão grande relevância ganhou espaço aqui, para enriquecer o conhecimento e contribuir com o bem-estar de cada integrante da imensa comunidade de leitores e leitoras do ED.

 

 Por Rodrigo Arantes Burgos

 

Inicialmente, compete dizer que a inclusão de alunos com necessidades especiais na disciplina de Educação Física, trata-se de um desafio a ser suplantado pela comunidade escolar, aceito que visa uma educação voltada para todos, propendendo a inclusão dentro da Educação Especial.

Observa-se que a ideia de uma educação inclusiva ocorre por determinados aspectos, tais como compartilhar o mesmo espaço físico, integração na sociedade, adequações no ensino, inclusão de todos nas aulas e o direito à educação. A temática referente a inclusão de crianças com necessidades especiais no espaço escolar ainda se mostra complexo para docentes e para a comunidade.

Deste modo, pode-se dizer que o aspecto da universalização e padronização pedagógica vem impossibilitando a prática do educador na conjuntura individual e a convivência com as diferenças. Neste contexto, os alunos com necessidade especial são vistos com maior atenção e cuidado, o que, principiando pela família, pode distinguir dos demais alunos.

De acordo com Rizzo (2006, p. 44), a Educação Física pode colaborar para o “desenvolvimento afetuoso, social, e intelectual de educandos com deficiência, porquanto, o estímulo à inclusão torna a autoestima e a autoconfiança mais manifesta e, portanto, não existe diferença”. A adaptação apropriada da Educação Física na Educação Especial demonstra o entendimento de limites e competências, incitando o desempenho dos educandos.

Com isto, torna-se importante que o docente conheça seus educandos e suas necessidades educativas especiais, caso haja, já que, hoje em dia, essa disciplina não atua somente com educandos tidos como normais, porém, igualmente ressalta a importância da inclusão dentro da Educação Especial.

Na Educação Física, pode-se desenvolver a práxis de diferentes maneiras, as quais colaboram para o procedimento de inclusão, bem como adequar atividades que colaborem para a interação entre todos. A política inclusiva de educandos deficientes no ambiente escolar convém para desenvolver potenciais, respeitando as diferenças e necessidades.

Além do mais, entende-se que a escola precisa desenvolver espaços que possam promover a inclusão, empenhando-se para que haja uma educação de qualidade para todos os educandos, para que se alcance as finalidades educativas. As crianças portadoras de necessidades especiais possuem como decorrência da exclusão social problemas ligados a saúde física e mental. Esta exclusão precisa ser trabalhada para que seja transformada em inclusão, trazendo, portanto, uma melhoria na qualidade de vida.

Sendo assim, considerando tal problemática acima exposta, o presente estudo teve por objetivo analisar o esporte como instrumento de inclusão na Educação Especial, apresentando os aspectos que podem beneficiar ou não a inclusão de educandos com necessidades educativas especiais nas aulas de Educação Física.

 

METODOLOGIA

A metodologia aplicada para o desenvolvimento do presente estudo foi a revisão bibliográfica. Tal método foi aplicado por meio de obtenção e análise de artigos científicos, dissertações, teses e publicações. Todo o material foi obtido por meio de sites de busca eletrônica e bibliotecas virtuais, tais como Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Como critérios de seleção, optou-se por selecionar apenas obras publicadas nos últimos vinte anos (2002-2022).

Posteriormente a etapa de levantamento bibliográfico, foi então feita uma triagem e seleção do material que aborda em característico a temática estudada. Os descritores utilizados na busca eletrônica foram os seguintes: Educação Especial; Educação Física; Esporte; Inclusão. A pesquisa feita teve um aspecto de exploratória-descritiva, tendo um caráter qualitativo.

A abordagem aproveitada na presente pesquisa foi a qualitativa, a qual teve-se a coleta de informações pertinentes para em seguida serem expostas e avaliadas, além da observação de documentos, tendo-se a preocupação de coletar uma maior quantidade de elementos, visando assim um entendimento maior e mais profundo da problemática estudada.

 

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O esporte tem um caráter formativo, educativo e, sobretudo, valor inclusivo para cada pessoa, independentemente de sua idade, sexo e presença ou ausência de uma condição física ou mental incapacitante. Até à data, o contexto escolar tem como principal objetivo promover o fenômeno da inclusão, superando o conceito de integração (GORGATTI; COSTA, 2005).

Nesta perspectiva, o conceito de Necessidades Educativas Especiais (NEE) evolui em benefício de uma perspectiva que vai além do mero reconhecimento de necessidade especial, apenas na presença de deficiência física ou mental de tipo médico. Assim, o esporte é proposto como uma ferramenta capaz de educar para a inclusão, graças aos muitos benefícios que gera, que são apresentados mais à frente (STRAPASSON, 2007).

Com isto, pode-se promover uma abordagem de coesão social baseada na equidade de direitos. Um desses direitos fundamentais, trata-se do acesso à saúde ideal: a atividade física é um elemento fundamental na promoção e manutenção da saúde e bem-estar individual (WINNICK, 2004).

O exercício regular é fundamental para manter a forma física e mental, e as atividades físicas ajudam a conter problemas de peso e excesso de peso, e desempenham um papel importante na prevenção e/ou redução do impacto de muitas outras condições relacionadas à saúde (MELO, 2004).

Para além dos amplos e múltiplos benefícios para a saúde e bem-estar individual, o desporto e a atividade física têm um valor notável no contexto da inclusão e integração social, que podem favorecer uma inclusão social ativa porque oferecem oportunidades para grupos especiais (pessoas vulneráveis, como deficientes, migrantes e pessoas em risco de discriminação e marginalização) para interagir e se relacionar plenamente com outros grupos sociais (RIZZO, 2006).

Em particular, para as pessoas com deficiência, o esporte oferece a possibilidade de trazer à tona seus talentos e tem o potencial de envolver todos em uma perspectiva inclusiva. Portanto, é necessário garantir o pleno acesso ao direito à saúde para todos, mas, também, uma correta abordagem qualitativo-quantitativa das atividades físicas e esportivas, com atenção especial às populações especiais mais expostas aos fatores de risco para a saúde e o bem-estar (PALLA; MAUEBERG, 2004).

Esse objetivo é alcançado por meio de políticas socioeducativas direcionadas que podem incentivar a participação das pessoas na prática regular de atividade física e esporte, para promover um senso de inclusão e integração social, principalmente para grupos marginalizados e que, por muitas vezes, sofrem com barreiras, como as pessoas com deficiência (RIZZO, 2006).

As barreiras típicas para pessoas com deficiência na abordagem do esporte incluem: falta de conscientização por parte da sociedade sobre como envolvê-los adequadamente nos programas de esporte e Educação Física; falta de oportunidades e programas de treinamento e competição; poucas instalações acessíveis devido a barreiras físicas; e informações limitadas sobre acesso a recursos (ARAÚJO; SILVA, 2008).

Segundo Relli (2009, p. 41), o conceito de inclusão implica ir além da lógica integracionista com que os sistemas socioeducativos tendem a gerir a diversidade, em particular no que diz respeito à deficiência; a falta de inclusão social não depende de um déficit interno da pessoa, mas, “de um defeito na organização dos contextos e práticas, que podem ser definidos como obstáculos às atividades e à participação”.

A dúplice esporte-deficiência é representativa de uma abordagem que recolheu tanto a evolução sociocultural e científica do esporte e da atividade física do ponto de vista fenomenológico quanto a visão da pessoa com deficiência em termos de funcionamento biopsicossocial (FALKENBACH, 2005).

A renovada consciência dos significados atribuídos à experiência física e desportiva, bem como do potencial que uma pessoa com deficiência pode expressar, tem levado à promoção e divulgação de práticas que visam evidenciar os benefícios da atividade física e desportiva, e potenciar as competências de cada um, procurando ir além dos preconceitos que ao longo do tempo marcaram as pessoas com deficiência, limitando suas vidas e a possibilidade de praticar esportes e atividades físicas (DUARTE; LIMA, 2005).

As diretrizes educacionais nacionais mais recentes tendem a promover abordagens inclusivas, incentivando a participação mais ampla de todos nas atividades escolares e socioeducativas. No que diz respeito à deficiência, são concebidos projetos e ações voltadas para a inclusão e, nesse sentido, as propostas socioeducativas centradas na experiência física e esportiva são particularmente estimulantes (RODRIGUES, 2002).

Assim, surgiu um modelo de prática desportiva inclusiva de amplo espectro no ambiente de aprendizagem, que se baseia nas motivações das pessoas, no tipo de atividade e no nível de capacidade e aptidão física, e que deve considerar interesses e atitudes individuais, bem como os métodos de participação (RIZZO, 2006).

Existem várias formas de envolver as pessoas com deficiência; às vezes as pessoas com deficiência querem/podem participar de experiências com outros participantes com deficiência (exclusivo), e outras vezes, podem optar por participar de experiências com pessoas sem deficiência (unificado-inclusivo), dependendo muito também do quanto as atividades, regras e/ou o ambiente pode ser modificado e adaptado (PALLA; MAUEBERG, 2004).

Embora a inclusão não se refira necessariamente às pessoas com deficiência, Araújo e Silva (2008, p. 36) focam na atenção no nível percebido de inclusão e na participação das pessoas com deficiência em atividades esportivas, a fim de “promover a inclusão por meio de programas de Educação Física em diferentes contextos de aprendizagem, em particular, nos contextos formais e não formais, para dar resposta às necessidades de circulação de populações especiais”, nomeadamente pessoas com deficiência, que requerem adaptações.

As ações humanas são efeitos de um pensamento, de uma intencionalidade, e se expressam por meio de comportamentos inteligentes de adaptação às situações da vida cotidiana, do trabalho, do esporte e do lazer. A prática esportiva, em particular, permite satisfazer produtivamente algumas necessidades humanas relacionadas ao jogo, movimento, competição e vivência em grupo, dimensões que se concretizam no esporte (FALKENBACH, 2005).

A atividade física é, certamente, uma ferramenta fundamental para melhorar as potencialidades residuais em todos os graus de deficiência e exigência de educação especial. Dito isto, de acordo com Rizzo (2006, p. 50):

Em situações graves: melhora a autonomia nos movimentos e o reconhecimento/consciência de dados de percepção sensorial sobre os comportamentos físicos adotados;

Em situações moderadamente graves: facilita a aquisição de habilidades motoras básicas e seu uso adequado na vida escolar, relacional e de treinamento esportivo;

Em situações menos severas: permite a aquisição de habilidades motoras mais complexas que podem possibilitar a prática de atividades esportivas.

 

Portanto, as crianças que praticam atividade física regular (esportes em grupo ou individuais, jogos ao ar livre, atividades físico-motoras) demonstram uma maior confiança nas suas próprias possibilidades, e são levadas a uma maior autoestima, a relações sociais facilitadas, a uma maior tolerância ao estresse, e estão de alguma forma "mais seguras" de qualquer propensão a transtornos como ansiedade e depressão (GORGATTI; COSTA, 2005).

Outros estudos mostraram que a prática de esporte ou atividade física gera efeitos benéficos em diversas funções, tais como: aprendizagem; desenvolvimento de áreas e funções corticais, e desempenho escolar. Não menos importante, especialmente para a atual geração de jovens, os efeitos produzidos na manutenção da saúde mental e na prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes, crise hipertensiva, já presentes em crianças e, muitas vezes, relacionadas ao sobrepeso/obesidade que afeta a infância (GIRDWOOD; FREITAS, 2008).

Vários estudos na literatura mostram que a prática regular de Educação Física é benéfica para indivíduos com Síndrome de Down, pois, promove interação, autoestima, saúde mental e física, e previne o risco de doenças crônicas. Estudos recentes, no entanto, constataram que 58% das crianças com Síndrome de Down não seguem essas recomendações. Em contrapartida, apenas 15-25% das crianças com desenvolvimento normal não praticam regularmente sessenta minutos de atividade física diária (RIZZO, 2006).

Essas diferenças podem estar relacionadas à falta de programas lúdico-motores acessíveis, habilidades físicas reduzidas (má coordenação motora, anormalidades cardíacas, hipotonia), falta de interesse, frustração e pouca colaboração das famílias de crianças com Síndrome de Down. Strapasson (2007, p. 49) mostra que “a prática regular de um programa integrado de atividades físicas adaptadas pode melhorar habilidades motoras e cognitivas, como tempos de reação e memória de trabalho em crianças com Síndrome de Down”.

Portanto, a prática lúdico-motora parece influenciar positivamente o componente viso-espacial em indivíduos com Síndrome de Down. A atividade física adaptada para a pessoa com deficiência é a exaltação de suas habilidades (ainda que residuais), e do que ela é capaz de fazer em um mundo que sempre a lembra do que ela não pode ser e do que ela precisa (GIRDWOOD; FREITAS, 2008).

Melo (2004, p. 79) afirma que visar a inclusão significa permitir que todos aqueles que abordam o desporto e a prática motora “alcancem um nível básico de competências técnicas, sintam prazer no empenho e esforços gerados e não sejam excluídos como menos adaptados”. Nesse sentido, o início da prática motora e/ou esportiva por sujeitos com deficiência intelectual e/ou mental, em ambientes escolares, visa promover a integração social, a autoestima, prevenir a obesidade e melhorar a qualidade de vida.

Os meios aproveitados pelas políticas públicas para tornar mais extenso a conjuntura da inclusão seria uma direção para se alcançar uma sociedade inclusiva. Para solidificar o pensamento de uma educação inclusiva, o Poder Público precisa organizar uma política pública que desenvolva uma comunidade capaz de respeitar a diversidade e assegurar o direito de todos à educação (PALLA; MAUEBERG, 2004).

Pois, como bem fala Winnick (2004, p. 80), “o conceito de inclusão se estabelece na diversidade, diferença, universalização de sujeitos dentro do mesmo espaço, ou seja, o espaço escolar”. Segundo Rodrigues (2002, p. 62), “um aluno com NEE é assinalado como tendo falta ou dano estrutural dos aspectos psíquicos, físicos ou anatômicos, temporário ou definitivo”. Anormalidades como falta de um membro ou até funções mentais, compõem uma deficiência.

Tem-se diversos direitos que favorecem indivíduos com necessidades especiais, e estes direitos vêm ganhando evidência, embora o brando processo para se conseguir o acesso à educação desta população. Ressalta-se que a proteção dos direitos de um cidadão à educação independe de muitos fatores, entretanto, advém a ser um desafio, já que, de fato, nem todos possuem acesso a mesma (GORGATTI; COSTA, 2005).

Para a resolução desse e de outros problemas, observa-se que o Poder Público vem elaborando programas educativos com vistas a priorizar o ensino de qualidade, que é importante para a formação de um cidadão crítico, participativo da sociedade, digno e respeitoso (PALLA; MAUEBERG, 2004).

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394/1996, a Educação Especial é entendida como um modelo educativo disponibilizado de forma opcional pela escola, para educandos que possuam algum tipo de limitação. Em seu Art. 59°, a Lei ressalta que os docentes precisam obter uma especialização própria para atuação com indivíduos especiais e se tornem assim adequados para mediar a inclusão desta população no espaço de ensino (BRASIL, 1996).

Já conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a diversidade no campo escolar se mostra de suma importância, já que, assegura o acesso a escola propendendo o ensino de qualidade. A escola possui a função de tornar mais intenso o respeito à diversidade e a não anuência da desigualdade, uma vez que as diferenças precisam ser enxergadas como um estímulo para que se impenda uma educação de qualidade (BRASIL, 1998).

Os PCNs igualmente se mostram fundamentais no procedimento de inclusão, já que, foram criados com a finalidade de conseguir um vínculo entre espaço escolar e sociedade, além de se mostrar um fator essencial para a educação. Na atualidade, existe uma esperança de que a escola possa vir a formar cidadãos críticos, que participem das atividades na comunidade e que respeitem as diferenças (BRASIL, 1998).

Duarte e Lima (2005, p. 101) ressaltam que “as escolas precisam ajustar-se para acomodar todos os alunos, deficientes ou não”. Em um espaço escolar inclusivo, torna-se importante a aprendizagem de maneira que “envolva todos e promova entrosamento entre deficientes e os outros educandos, edificando, assim sendo, uma educação inclusiva”.

A Educação Física adaptada ressalta a diversidade como algo normal, afastando as diferenças promovendo a adequação de atividades básicas para o desenvolvimento da criança em um contexto geral. Pois, como nem lembra Palla e Maueberg (2004, p. 58), uma educação eficiente de alunos com necessidades especiais “não se trata de uma obrigação apenas da escola, mas sim, da família e da sociedade, com todos atuando conjuntamente para conseguir uma educação inclusiva de qualidade”.

No Brasil, mostra-se ampla a ausência de atendimento apropriado às necessidades escolares de alunos com dificuldades de aprendizagem, apropriado de atenuar o índice de evasão e repetência escolar. O progresso das ideias e ações concernentes aos serviços para indivíduos com deficiência e a inclusão escolar, assentam diversas questões ao corpo docente (GORGATTI; COSTA, 2005).

Segundo Winnick (2004, p. 66), os desafios a encarar são vários, e toda e qualquer investida com vistas a fornecer um ensino especializado aos educandos “depende de se extrapolar as condições atuais de estruturação da Educação Especial”. A Educação Especial vem sendo vista como uma parte indesejável e, por diversas vezes, adjudicada como assistência aos deficientes e não como educação de educandos que exibem deficiência.

Referente a Educação Especial, Palla e Maueberg (2004, p. 59) a definem como sendo “uma modalidade de ensino assinalada por uma gama de recursos e serviços educativos especiais dispostos para apoiar, suplementar” e, em determinados casos, “suprir os serviços educativos comuns, de maneira a assegurar a educação formal dos alunos que exibam necessidades educativas diferentes de boa parte das crianças”.

No entendimento de Winnick (2004, p. 67), as escolas de Educação Especial “possuem uma função importante no desenvolvimento de crianças eficientes, porquanto, elas proporcionam atendimento especializado, dessemelhante de escolas regulares”, que, em boa parte, “não possuem nada para oferecer à esta população, que precisam de estímulos distintos, de adequações, de aceitação”.

Referente à Educação Física, nota-se que a mesma vem progredindo desde o fim do século XIX, onde adveio a ser obrigatória nas escolas públicas. Nas décadas de 1930 a 1950, ela incidia de aulas corretivas para educandos que atualmente seriam tidos como normais (GIRDWOOD; FREITAS, 2008).

A indicação para a Educação Física fundamentava-se em um exame completo feito por um médico que determinava se o aluno precisava participar do programa normal ou do corretivo. As aulas corretivas incidiam, essencialmente, de atividades prenotadas ou alteradas, conexas a problemas de saúde, postura ou aptidão física. Em diversas escolas, os educandos eram dispensados da Educação Física; em outras, o docente comumente trabalhava em diversas sessões diárias de Educação Física normal (DUARTE; LIMA, 2005).

Os indivíduos que se preparavam para ser docentes de Educação Física comumente realizavam um curso universitário de Educação Física corretiva. Entretanto, com o transcorrer dos tempos, teve-se um progresso no campo da Educação Física com vistas a aperfeiçoar a práxis pedagógica que supre as necessidades de indivíduos com deficiências, explicitadas com definições diferentes para o mesmo termo a qual adveio a ser denominada de “Educação Física Adaptada”, que tem por finalidade suprir necessidades especiais de longo prazo (PALLA; MAUEBERG, 2004).

Nos dias presentes, há uma nova Educação Física, essa baseada nos princípios da Educação Especial, que muito transformou-se primeiramente do século XX, sendo apropriada de transformar os valores vigentes estagnados, que atenda a diversidade dos homens, que consolide o partilhar e colaborar nas relações sociais, sem ostentar a caridade, mas sim, o respeito às características; permitir a sociedade o convívio respeitando os limites, desenvolvendo um cidadão mais sociável dentro de uma sociedade tão exclusiva, com a certeza de que estar-se-ia trabalhando para atenuar a discriminação em procura dos direitos humanos, em que a responsabilidade é de todos, sendo fundamental para a inclusão dos especiais no mercado de trabalho, exercendo sua função para a verdadeira prática de cidadania (GIRDWOOD; FREITAS, 2008).

Além do mais, fatores como acesso, engenharia e estrutura, vem orientando discussões no que se alude ao ambiente escolar conexos a inclusão, já que as escolas não possuem preparação para receber educandos com necessidades especiais. Observa-se que existe uma ausência de preparo dos docentes para lidar com esta população, além de um certo desconhecimento por parte dos colegas e gestão escolar no relacionamento com educandos especiais (DUARTE; LIMA, 2005).

A inclusão promove transformações tanto nos ambientes, pensamentos dos indivíduos que não são deficientes, como também na vida de quem possui algum tipo de necessidade especial. É necessário analisar se a estrutura escolar beneficia a inclusão de crianças com necessidades especiais e se a comunidade escolar se encontra disposta a atuar com uma Educação Especial (GIRDWOOD; FREITAS, 2008).

 

CONCLUSÃO

O presente estudo teve por objetivo analisar o esporte como instrumento de inclusão na Educação Especial, apresentando os aspectos que podem beneficiar ou não a inclusão de educandos com necessidades educativas especiais nas aulas de Educação Física. Desta maneira, concluiu-se que o esporte, através da Educação Física escolar, pode ajudar na inclusão, entretanto, torna-se imprescindível que exista uma transformação para que o aspecto da inclusão seja reconhecido.

Para isto, o trabalho com a Educação Física inclusiva precisa estar conexo com a disposição da escola em atuar com Educação Especial. Neste contexto, torna-se função do docente de Educação Física trabalhar os aspectos físico e mental dos educandos, promover a interação deles com os demais colegas, adequar as atividades para que estes educandos participem das aulas. A cooperação do procedimento de inclusão não propicia conhecimentos apenas para educandos com necessidades especiais, porém, igualmente gera experiências para colegas e docentes.

Observou-se que, embora os problemas que o procedimento de inclusão encara para ser alcançado pela escola, o espaço escolar, mais seguramente as aulas de Educação Física, vem promovendo a acessibilidade de deficientes nas aulas por meio de atividades ajustadas. Para se aproveitar a inclusão escolar, torna-se imprescindível que haja transformações na sociedade, para que deficientes sejam enxergados como cidadãos normais. Sendo assim, fatores como reestruturação no sistema de ensino, formação de profissionais competentes e interdisciplinaridades, se mostram imprescindíveis para a prática da inclusão.

Por fim, ressalta-se que o esporte possui uma ampla potencialidade em se tratando de desenvolvimento social, educacional e inclusivo, tanto para indivíduos sem deficiência, como notadamente para aqueles com necessidades educativas especiais. Neste contexto, a Educação Física surge como a ferramenta educativa com potencialidade mais apropriada, em conexão com os muitos benefícios inclusivos que podem atender as necessidades existentes dentro da Educação Especial.

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