O Esporte como instrumento de inclusão na Educação Especial![]() DA REDAÇÃO O
Jornal Em Destaque reproduz a seguir o Artigo Acadêmico construído por Rodrigo
Arantes Burgos (Licenciado em Pedagogia; Bacharel em Educação Física e Bacharel
em Comunicação Social – Jornalismo. Pós-graduado em especializações nas áreas
de Educação, Saúde e Esportes), que une com excelência Educação e Saúde, e que
por ser esse conteúdo de tão grande relevância ganhou espaço aqui, para
enriquecer o conhecimento e contribuir com o bem-estar de cada integrante da imensa
comunidade de leitores e leitoras do ED. Por
Rodrigo Arantes Burgos Inicialmente,
compete dizer que a inclusão de alunos com necessidades especiais na disciplina
de Educação Física, trata-se de um desafio a ser suplantado pela comunidade
escolar, aceito que visa uma educação voltada para todos, propendendo a inclusão
dentro da Educação Especial. Observa-se
que a ideia de uma educação inclusiva ocorre por determinados aspectos, tais
como compartilhar o mesmo espaço físico, integração na sociedade, adequações no
ensino, inclusão de todos nas aulas e o direito à educação. A temática
referente a inclusão de crianças com necessidades especiais no espaço escolar
ainda se mostra complexo para docentes e para a comunidade. Deste
modo, pode-se dizer que o aspecto da universalização e padronização pedagógica vem
impossibilitando a prática do educador na conjuntura individual e a convivência
com as diferenças. Neste contexto, os alunos com necessidade especial são
vistos com maior atenção e cuidado, o que, principiando pela família, pode distinguir
dos demais alunos. De
acordo com Rizzo (2006, p. 44), a Educação Física pode colaborar para o “desenvolvimento
afetuoso, social, e intelectual de educandos com deficiência, porquanto, o estímulo
à inclusão torna a autoestima e a autoconfiança mais manifesta e, portanto, não
existe diferença”. A adaptação apropriada da Educação Física na Educação Especial
demonstra o entendimento de limites e competências, incitando o desempenho dos educandos.
Com
isto, torna-se importante que o docente conheça seus educandos e suas
necessidades educativas especiais, caso haja, já que, hoje em dia, essa
disciplina não atua somente com educandos tidos como normais, porém, igualmente
ressalta a importância da inclusão dentro da Educação Especial. Na
Educação Física, pode-se desenvolver a práxis de diferentes maneiras, as quais colaboram
para o procedimento de inclusão, bem como adequar atividades que colaborem para
a interação entre todos. A política inclusiva de educandos deficientes no
ambiente escolar convém para desenvolver potenciais, respeitando as diferenças
e necessidades. Além
do mais, entende-se que a escola precisa desenvolver espaços que possam promover
a inclusão, empenhando-se para que haja uma educação de qualidade para todos os
educandos, para que se alcance as finalidades educativas. As crianças
portadoras de necessidades especiais possuem como decorrência da exclusão
social problemas ligados a saúde física e mental. Esta exclusão precisa ser
trabalhada para que seja transformada em inclusão, trazendo, portanto, uma
melhoria na qualidade de vida. Sendo
assim, considerando tal problemática acima exposta, o
presente estudo teve por objetivo analisar o esporte como instrumento de
inclusão na Educação Especial, apresentando os aspectos que podem beneficiar ou
não a inclusão de educandos com necessidades educativas especiais nas aulas de
Educação Física. METODOLOGIA A metodologia aplicada para o
desenvolvimento do presente estudo foi a revisão bibliográfica. Tal método foi
aplicado por meio de obtenção e análise de artigos
científicos, dissertações, teses e publicações. Todo o material foi obtido por
meio de sites de busca eletrônica e bibliotecas virtuais, tais como Google
Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Como critérios de
seleção, optou-se por selecionar apenas obras publicadas nos últimos vinte anos
(2002-2022). Posteriormente
a etapa de levantamento bibliográfico, foi então feita uma triagem e seleção do
material que aborda em característico a temática estudada. Os descritores
utilizados na busca eletrônica foram os seguintes: Educação Especial; Educação
Física; Esporte; Inclusão. A pesquisa feita teve um
aspecto de exploratória-descritiva, tendo um caráter qualitativo. RESULTADOS
E DISCUSSÕES O
esporte tem um caráter formativo, educativo e, sobretudo, valor inclusivo para
cada pessoa, independentemente de sua idade, sexo e presença ou ausência de uma
condição física ou mental incapacitante. Até à data, o contexto escolar tem como
principal objetivo promover o fenômeno da inclusão, superando o conceito de
integração (GORGATTI; COSTA, 2005). Nesta
perspectiva, o conceito de Necessidades Educativas Especiais (NEE) evolui em
benefício de uma perspectiva que vai além do mero reconhecimento de necessidade
especial, apenas na presença de deficiência física ou mental de tipo médico.
Assim, o esporte é proposto como uma ferramenta capaz de educar para a
inclusão, graças aos muitos benefícios que gera, que são apresentados mais à
frente (STRAPASSON, 2007). Com
isto, pode-se promover uma abordagem de coesão social baseada na equidade de
direitos. Um desses direitos fundamentais, trata-se do acesso à saúde ideal: a
atividade física é um elemento fundamental na promoção e manutenção da saúde e
bem-estar individual (WINNICK, 2004). O
exercício regular é fundamental para manter a forma física e mental, e as
atividades físicas ajudam a conter problemas de peso e excesso de peso, e
desempenham um papel importante na prevenção e/ou redução do impacto de muitas
outras condições relacionadas à saúde (MELO, 2004). Para
além dos amplos e múltiplos benefícios para a saúde e bem-estar individual, o
desporto e a atividade física têm um valor notável no contexto da inclusão e
integração social, que podem favorecer uma inclusão social ativa porque
oferecem oportunidades para grupos especiais (pessoas vulneráveis, como
deficientes, migrantes e pessoas em risco de discriminação e marginalização)
para interagir e se relacionar plenamente com outros grupos sociais (RIZZO,
2006). Em
particular, para as pessoas com deficiência, o esporte oferece a possibilidade
de trazer à tona seus talentos e tem o potencial de envolver todos em uma
perspectiva inclusiva. Portanto, é necessário garantir o pleno acesso ao
direito à saúde para todos, mas, também, uma correta abordagem
qualitativo-quantitativa das atividades físicas e esportivas, com atenção
especial às populações especiais mais expostas aos fatores de risco para a
saúde e o bem-estar (PALLA; MAUEBERG, 2004). Esse
objetivo é alcançado por meio de políticas socioeducativas direcionadas que
podem incentivar a participação das pessoas na prática regular de atividade
física e esporte, para promover um senso de inclusão e integração social,
principalmente para grupos marginalizados e que, por muitas vezes, sofrem com
barreiras, como as pessoas com deficiência (RIZZO, 2006). As
barreiras típicas para pessoas com deficiência na abordagem do esporte incluem:
falta de conscientização por parte da sociedade sobre como envolvê-los adequadamente
nos programas de esporte e Educação Física; falta de oportunidades e programas
de treinamento e competição; poucas instalações acessíveis devido a barreiras
físicas; e informações limitadas sobre acesso a recursos (ARAÚJO; SILVA, 2008). Segundo
Relli (2009, p. 41), o conceito de inclusão implica ir além da lógica
integracionista com que os sistemas socioeducativos tendem a gerir a
diversidade, em particular no que diz respeito à deficiência; a falta de
inclusão social não depende de um déficit interno da pessoa, mas, “de um
defeito na organização dos contextos e práticas, que podem ser definidos como
obstáculos às atividades e à participação”. A
dúplice esporte-deficiência é representativa de uma abordagem que recolheu
tanto a evolução sociocultural e científica do esporte e da atividade física do
ponto de vista fenomenológico quanto a visão da pessoa com deficiência em
termos de funcionamento biopsicossocial (FALKENBACH, 2005). A
renovada consciência dos significados atribuídos à experiência física e
desportiva, bem como do potencial que uma pessoa com deficiência pode expressar,
tem levado à promoção e divulgação de práticas que visam evidenciar os
benefícios da atividade física e desportiva, e potenciar as competências de
cada um, procurando ir além dos preconceitos que ao longo do tempo marcaram as
pessoas com deficiência, limitando suas vidas e a possibilidade de praticar
esportes e atividades físicas (DUARTE; LIMA, 2005). As
diretrizes educacionais nacionais mais recentes tendem a promover abordagens
inclusivas, incentivando a participação mais ampla de todos nas atividades
escolares e socioeducativas. No que diz respeito à deficiência, são concebidos
projetos e ações voltadas para a inclusão e, nesse sentido, as propostas
socioeducativas centradas na experiência física e esportiva são particularmente
estimulantes (RODRIGUES, 2002). Assim,
surgiu um modelo de prática desportiva inclusiva de amplo espectro no ambiente
de aprendizagem, que se baseia nas motivações das pessoas, no tipo de atividade
e no nível de capacidade e aptidão física, e que deve considerar interesses e
atitudes individuais, bem como os métodos de participação (RIZZO, 2006). Existem
várias formas de envolver as pessoas com deficiência; às vezes as pessoas com
deficiência querem/podem participar de experiências com outros participantes
com deficiência (exclusivo), e outras vezes, podem optar por participar de
experiências com pessoas sem deficiência (unificado-inclusivo), dependendo
muito também do quanto as atividades, regras e/ou o ambiente pode ser
modificado e adaptado (PALLA; MAUEBERG, 2004). Embora
a inclusão não se refira necessariamente às pessoas com deficiência, Araújo e
Silva (2008, p. 36) focam na atenção no nível percebido de inclusão e na
participação das pessoas com deficiência em atividades esportivas, a fim de “promover
a inclusão por meio de programas de Educação Física em diferentes contextos de
aprendizagem, em particular, nos contextos formais e não formais, para dar
resposta às necessidades de circulação de populações especiais”, nomeadamente
pessoas com deficiência, que requerem adaptações. As
ações humanas são efeitos de um pensamento, de uma intencionalidade, e se
expressam por meio de comportamentos inteligentes de adaptação às situações da
vida cotidiana, do trabalho, do esporte e do lazer. A prática esportiva, em
particular, permite satisfazer produtivamente algumas necessidades humanas
relacionadas ao jogo, movimento, competição e vivência em grupo, dimensões que
se concretizam no esporte (FALKENBACH, 2005). A
atividade física é, certamente, uma ferramenta fundamental para melhorar as
potencialidades residuais em todos os graus de deficiência e exigência de educação
especial. Dito isto, de acordo com Rizzo (2006, p. 50): Em
situações graves: melhora a autonomia nos movimentos e o
reconhecimento/consciência de dados de percepção sensorial sobre os
comportamentos físicos adotados; Em
situações moderadamente graves: facilita a aquisição de habilidades motoras
básicas e seu uso adequado na vida escolar, relacional e de treinamento
esportivo; Em
situações menos severas: permite a aquisição de habilidades motoras mais
complexas que podem possibilitar a prática de atividades esportivas. Portanto,
as crianças que praticam atividade física regular (esportes em grupo ou
individuais, jogos ao ar livre, atividades físico-motoras) demonstram uma maior
confiança nas suas próprias possibilidades, e são levadas a uma maior
autoestima, a relações sociais facilitadas, a uma maior tolerância ao estresse,
e estão de alguma forma "mais seguras" de qualquer propensão a
transtornos como ansiedade e depressão (GORGATTI; COSTA, 2005). Outros
estudos mostraram que a prática de esporte ou atividade física gera efeitos
benéficos em diversas funções, tais como: aprendizagem; desenvolvimento de
áreas e funções corticais, e desempenho escolar. Não menos importante,
especialmente para a atual geração de jovens, os efeitos produzidos na
manutenção da saúde mental e na prevenção de doenças cardiovasculares,
diabetes, crise hipertensiva, já presentes em crianças e, muitas vezes,
relacionadas ao sobrepeso/obesidade que afeta a infância (GIRDWOOD; FREITAS,
2008). Vários
estudos na literatura mostram que a prática regular de Educação Física é
benéfica para indivíduos com Síndrome de Down, pois, promove interação,
autoestima, saúde mental e física, e previne o risco de doenças crônicas. Estudos
recentes, no entanto, constataram que 58% das crianças com Síndrome de Down não
seguem essas recomendações. Em contrapartida, apenas 15-25% das crianças com
desenvolvimento normal não praticam regularmente sessenta minutos de atividade
física diária (RIZZO, 2006). Essas
diferenças podem estar relacionadas à falta de programas lúdico-motores
acessíveis, habilidades físicas reduzidas (má coordenação motora, anormalidades
cardíacas, hipotonia), falta de interesse, frustração e pouca colaboração das
famílias de crianças com Síndrome de Down. Strapasson (2007, p. 49) mostra que “a
prática regular de um programa integrado de atividades físicas adaptadas pode
melhorar habilidades motoras e cognitivas, como tempos de reação e memória de
trabalho em crianças com Síndrome de Down”. Portanto,
a prática lúdico-motora parece influenciar positivamente o componente
viso-espacial em indivíduos com Síndrome de Down. A atividade física adaptada
para a pessoa com deficiência é a exaltação de suas habilidades (ainda que
residuais), e do que ela é capaz de fazer em um mundo que sempre a lembra do
que ela não pode ser e do que ela precisa (GIRDWOOD; FREITAS, 2008). Melo
(2004, p. 79) afirma que visar a inclusão significa permitir que todos aqueles
que abordam o desporto e a prática motora “alcancem um nível básico de
competências técnicas, sintam prazer no empenho e esforços gerados e não sejam
excluídos como menos adaptados”. Nesse sentido, o início da prática motora e/ou
esportiva por sujeitos com deficiência intelectual e/ou mental, em ambientes escolares,
visa promover a integração social, a autoestima, prevenir a obesidade e
melhorar a qualidade de vida. Os
meios aproveitados pelas políticas públicas para tornar mais extenso a
conjuntura da inclusão seria uma direção para se alcançar uma sociedade
inclusiva. Para solidificar o pensamento de uma educação inclusiva, o Poder
Público precisa organizar uma política pública que desenvolva uma comunidade capaz
de respeitar a diversidade e assegurar o direito de todos à educação (PALLA;
MAUEBERG, 2004). Pois,
como bem fala Winnick (2004, p. 80), “o conceito de inclusão se estabelece na
diversidade, diferença, universalização de sujeitos dentro do mesmo espaço, ou
seja, o espaço escolar”. Segundo Rodrigues (2002, p. 62), “um aluno com NEE é assinalado
como tendo falta ou dano estrutural dos aspectos psíquicos, físicos ou
anatômicos, temporário ou definitivo”. Anormalidades como falta de um membro ou
até funções mentais, compõem uma deficiência. Tem-se
diversos direitos que favorecem indivíduos com necessidades especiais, e estes
direitos vêm ganhando evidência, embora o brando processo para se conseguir o
acesso à educação desta população. Ressalta-se que a proteção dos direitos de
um cidadão à educação independe de muitos fatores, entretanto, advém a ser um
desafio, já que, de fato, nem todos possuem acesso a mesma (GORGATTI; COSTA,
2005). Para
a resolução desse e de outros problemas, observa-se que o Poder Público vem elaborando
programas educativos com vistas a priorizar o ensino de qualidade, que é importante
para a formação de um cidadão crítico, participativo da sociedade, digno e
respeitoso (PALLA; MAUEBERG, 2004). De
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB nº 9.394/1996,
a Educação Especial é entendida como um modelo educativo disponibilizado de
forma opcional pela escola, para educandos que possuam algum tipo de limitação.
Em seu Art. 59°, a Lei ressalta que os docentes precisam obter uma
especialização própria para atuação com indivíduos especiais e se tornem assim adequados
para mediar a inclusão desta população no espaço de ensino (BRASIL, 1996). Já
conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a diversidade no campo
escolar se mostra de suma importância, já que, assegura o acesso a escola propendendo
o ensino de qualidade. A escola possui a função de tornar mais intenso o
respeito à diversidade e a não anuência da desigualdade, uma vez que as diferenças
precisam ser enxergadas como um estímulo para que se impenda uma educação de
qualidade (BRASIL, 1998). Os
PCNs igualmente se mostram fundamentais no procedimento de inclusão, já que,
foram criados com a finalidade de conseguir um vínculo entre espaço escolar e sociedade,
além de se mostrar um fator essencial para a educação. Na atualidade, existe
uma esperança de que a escola possa vir a formar cidadãos críticos, que
participem das atividades na comunidade e que respeitem as diferenças (BRASIL,
1998). Duarte
e Lima (2005, p. 101) ressaltam que “as escolas precisam ajustar-se para
acomodar todos os alunos, deficientes ou não”. Em um espaço escolar inclusivo, torna-se
importante a aprendizagem de maneira que “envolva todos e promova entrosamento
entre deficientes e os outros educandos, edificando, assim sendo, uma educação
inclusiva”. A
Educação Física adaptada ressalta a diversidade como algo normal, afastando as
diferenças promovendo a adequação de atividades básicas para o desenvolvimento
da criança em um contexto geral. Pois, como nem lembra Palla e Maueberg (2004,
p. 58), uma educação eficiente de alunos com necessidades especiais “não se
trata de uma obrigação apenas da escola, mas sim, da família e da sociedade, com
todos atuando conjuntamente para conseguir uma educação inclusiva de qualidade”. No
Brasil, mostra-se ampla a ausência de atendimento apropriado às necessidades
escolares de alunos com dificuldades de aprendizagem, apropriado de atenuar o
índice de evasão e repetência escolar. O progresso das ideias e ações concernentes
aos serviços para indivíduos com deficiência e a inclusão escolar, assentam diversas
questões ao corpo docente (GORGATTI; COSTA, 2005). Segundo
Winnick (2004, p. 66), os desafios a encarar são vários, e toda e qualquer investida
com vistas a fornecer um ensino especializado aos educandos “depende de se extrapolar
as condições atuais de estruturação da Educação Especial”. A Educação Especial
vem sendo vista como uma parte indesejável e, por diversas vezes, adjudicada
como assistência aos deficientes e não como educação de educandos que exibem
deficiência. Referente
a Educação Especial, Palla e Maueberg (2004, p. 59) a definem como sendo “uma
modalidade de ensino assinalada por uma gama de recursos e serviços educativos
especiais dispostos para apoiar, suplementar” e, em determinados casos, “suprir
os serviços educativos comuns, de maneira a assegurar a educação formal dos alunos
que exibam necessidades educativas diferentes de boa parte das crianças”. No
entendimento de Winnick (2004, p. 67), as escolas de Educação Especial “possuem
uma função importante no desenvolvimento de crianças eficientes, porquanto,
elas proporcionam atendimento especializado, dessemelhante de escolas regulares”,
que, em boa parte, “não possuem nada para oferecer à esta população, que precisam
de estímulos distintos, de adequações, de aceitação”. Referente
à Educação Física, nota-se que a mesma vem progredindo desde o fim do século
XIX, onde adveio a ser obrigatória nas escolas públicas. Nas décadas de 1930 a
1950, ela incidia de aulas corretivas para educandos que atualmente seriam tidos
como normais (GIRDWOOD; FREITAS, 2008). A
indicação para a Educação Física fundamentava-se em um exame completo feito por
um médico que determinava se o aluno precisava participar do programa normal ou
do corretivo. As aulas corretivas incidiam, essencialmente, de atividades
prenotadas ou alteradas, conexas a problemas de saúde, postura ou aptidão
física. Em diversas escolas, os educandos eram dispensados da Educação Física;
em outras, o docente comumente trabalhava em diversas sessões diárias de
Educação Física normal (DUARTE; LIMA, 2005). Os
indivíduos que se preparavam para ser docentes de Educação Física comumente realizavam
um curso universitário de Educação Física corretiva. Entretanto, com o transcorrer
dos tempos, teve-se um progresso no campo da Educação Física com vistas a aperfeiçoar
a práxis pedagógica que supre as necessidades de indivíduos com deficiências, explicitadas
com definições diferentes para o mesmo termo a qual adveio a ser denominada de “Educação
Física Adaptada”, que tem por finalidade suprir necessidades especiais de longo
prazo (PALLA; MAUEBERG, 2004). Nos
dias presentes, há uma nova Educação Física, essa baseada nos princípios da
Educação Especial, que muito transformou-se primeiramente do século XX, sendo apropriada
de transformar os valores vigentes estagnados, que atenda a diversidade dos
homens, que consolide o partilhar e colaborar nas relações sociais, sem
ostentar a caridade, mas sim, o respeito às características; permitir a
sociedade o convívio respeitando os limites, desenvolvendo um cidadão mais
sociável dentro de uma sociedade tão exclusiva, com a certeza de que estar-se-ia
trabalhando para atenuar a discriminação em procura dos direitos humanos, em
que a responsabilidade é de todos, sendo fundamental para a inclusão dos
especiais no mercado de trabalho, exercendo sua função para a verdadeira prática
de cidadania (GIRDWOOD; FREITAS, 2008). Além
do mais, fatores como acesso, engenharia e estrutura, vem orientando discussões
no que se alude ao ambiente escolar conexos a inclusão, já que as escolas não possuem
preparação para receber educandos com necessidades especiais. Observa-se que
existe uma ausência de preparo dos docentes para lidar com esta população, além
de um certo desconhecimento por parte dos colegas e gestão escolar no relacionamento
com educandos especiais (DUARTE; LIMA, 2005). A
inclusão promove transformações tanto nos ambientes, pensamentos dos indivíduos
que não são deficientes, como também na vida de quem possui algum tipo de
necessidade especial. É necessário analisar se a estrutura escolar beneficia a
inclusão de crianças com necessidades especiais e se a comunidade escolar se
encontra disposta a atuar com uma Educação Especial (GIRDWOOD; FREITAS, 2008). CONCLUSÃO O
presente estudo teve por objetivo analisar o esporte como instrumento de
inclusão na Educação Especial, apresentando os aspectos que podem beneficiar ou
não a inclusão de educandos com necessidades educativas especiais nas aulas de
Educação Física. Desta maneira, concluiu-se que o
esporte, através da Educação Física escolar, pode ajudar na inclusão,
entretanto, torna-se imprescindível que exista uma transformação para que o
aspecto da inclusão seja reconhecido. Para isto, o
trabalho com a Educação Física inclusiva precisa estar conexo com a disposição
da escola em atuar com Educação Especial. Neste contexto, torna-se função do docente
de Educação Física trabalhar os aspectos físico e mental dos educandos, promover
a interação deles com os demais colegas, adequar as atividades para que estes
educandos participem das aulas. A cooperação do procedimento de inclusão não propicia
conhecimentos apenas para educandos com necessidades especiais, porém,
igualmente gera experiências para colegas e docentes. Observou-se
que, embora os problemas que o procedimento de inclusão encara para ser alcançado
pela escola, o espaço escolar, mais seguramente as aulas de Educação Física, vem
promovendo a acessibilidade de deficientes nas aulas por meio de atividades ajustadas.
Para se aproveitar a inclusão escolar, torna-se imprescindível que haja transformações
na sociedade, para que deficientes sejam enxergados como cidadãos normais. Sendo
assim, fatores como reestruturação no sistema de ensino, formação de
profissionais competentes e interdisciplinaridades, se mostram imprescindíveis para
a prática da inclusão. Por
fim, ressalta-se que o esporte possui uma ampla potencialidade em se tratando
de desenvolvimento social, educacional e inclusivo, tanto para indivíduos sem
deficiência, como notadamente para aqueles com necessidades educativas
especiais. Neste contexto, a Educação Física surge como a ferramenta educativa
com potencialidade mais apropriada, em conexão com os muitos benefícios
inclusivos que podem atender as necessidades existentes dentro da Educação Especial. Continue lendo no Jornal em Destaque |
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