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199 Anos da Vila Paty do Alferes | Riobrasil Noticias

199 Anos da Vila Paty do Alferes

199 Anos da Vila Paty do Alferes

06/09/2019 20:15:00 | Paty do Alferes | Fonte: Jornal em Destaque

A história de Paty do Alferes teve início entre 1700 e 1725, quando o sertanista Garcia Rodrigues Paes Leme, a caminho de Minas Gerais, chegou a um local conhecido como “Roça do Alferes” de propriedade do Alferes Leonardo Cardoso da Silva, em cujas terras havia uma grande plantação de uma palmeira conhecida pelo nome de patis. Da combinação do nome da palmeira com a patente militar Alferes, nasceu o nome Paty do Alferes, nome dado à vila ali fundada em 4 de setembro de 1820.

 

Estas fertilíssimas terras, banhadas pelo Ribeirão de Ubá e Rio do Saco, primeiro acolheram o plantio da cana-de-açúcar. Um século depois, neste mesmo solo, o café viria brotar como ouro, fazendo nascer também uma aristocracia rural formada por nobres intimamente ligados à Corte como o Visconde de Ubá, o Barão de Capivary, o Barão de Guaribú, dentre muitos outros. Apesar da pompa com que foi fundada e seu status de vila dado por D. João VI, Paty do Alferes, continuou crescendo apenas dentro dos limites das grandes fazendas e não houve interesse pelo desenvolvimento urbano. Quando a sede foi transferida, em 1833, para a Vila de Vassouras, a nobreza rural patyense permaneceu atuando ativamente na política.

 

Emancipada em 1987, Paty do Alferes mantém uma grande produção agrícola com o tomate, de onde vem seu título de maior produtor do Estado e 3º do Brasil. Foi em Paty do Alferes, que se desenrolou um dos mais importantes levantes de negros do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de Manoel Congo, que entrou para a história como o líder que em 1838 fez tremer os sólidos alicerces do regime escravocrata fluminense nas terras do café.

 

Contava-se que Manuel Congo era um negro forte e habilidoso, de pouca fala e sorriso escasso. Como era comum entre os escravos nascidos na África, seu nome era composto por um prenome português associado ao nome de sua "nação" ou região de origem. Pertencia ao capitão-mor de ordenanças Manuel Francisco Xavier, dono de centenas de escravos e das fazendas Freguesia e Maravilha em Paty do Alferes. Era ferreiro, ofício que requer treinamento e habilidade, o que certamente lhe dava status superior entre os outros escravos e maior valor econômico perante os senhores.

 

Manuel Congo foi certamente o principal líder da revolta e, neste momento, deve ter se "juntado" com Marianna Crioula, tanto que os dois foram posteriormente delatados como o "rei" e "rainha" do grupo de sublevados.

 

Um escravo tinha a função de "vice-rei"; supõe-se que fosse Epifânio Moçambique, africano da nação Munhambane, escravo da fazenda Pau Grande, mas pode ter sido algum outro que foi morto em combate.

 

Apesar de ter havido mais de 300 fugitivos, apenas 16 foram levados a julgamento: Manuel Congo, Pedro Dias, Vicente Moçambique, Antônio Magro, Justino Benguela, Belarmino, Miguel Crioulo, Canuto Moçambique, Afonso Angola, Adão Benguela, Marianna Crioula, Rita Crioula, Lourença Crioula, Joanna Mofumbe, Josefa Angola e Emília Conga.

 

No dia 6 de setembro de 1839, Manuel Congo subiu ao cadafalso, no Largo da Forca, em Vassouras, para cumprir sua “pena de morte para sempre”: isto é, foi enforcado e ficou sem sepultamento.

 

Fontes: Biblioteca IBGE e Toda Matéria (Juliana Bezerra – Historiadora)

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