O Vereador Cléber do Táxi (Miguel Pereira) tomou uma atitude arbitrária ao propor uma matéria que “regulamenta” o serviço de motorista por aplicativo (99), sem ter feito uma consulta popular. Por carregar em seu nome político a palavra Táxi, boa parte da população entendeu que o vereador está legislando em causa própria. No bojo de sua matéria, que mais indica ser um “copia e cola” de regulamentações feitas em grandes metrópoles brasileiras, alguns pontos tornariam quase que impossível de se manter o serviço em operação no município – o que beneficiaria somente aos taxistas.
[VEJA O PROJETO NA ÍNTEGRA CLICANDO AQUI]
Vale destacar que os serviços de motoristas por aplicativo, seja 99, Uber ou Cabify, antes de chegar ao Brasil, já operavam em diversos países e, em nenhum desses lugares, o serviço de táxi foi extinto. Na verdade, o dinamismo do mercado acaba promovendo um ajuste, uma acomodação e, ao fim, todos saem ganhando, pois a concorrência sempre promove a melhoria dos serviços em todos os lados e o usuário é sempre o grande beneficiado.
A cada dia, vemos a operadora destes apps aperfeiçoando o serviço ofertado, como a questão da segurança, por exemplo. Para que se tenha ideia, se um motorista do 99 receber três reclamações – que podem ser feitas pelo usuário no próprio app – este motorista é banido do serviço. O mesmo não ocorre aos taxistas.
Outra questão que, possivelmente, não foi avaliada pelo vereador Cléber do Táxi, é a do público-alvo. Apesar de não haver uma pesquisa, não é difícil concluir que um novo público, que não utilizava táxis, é a grande fatia dentre os usuários do 99. Veja que, o valor inicial do táxi em Miguel Pereira é de R$ 14,00. O do 99 está em torno de R$ 6,00 – menos da metade. Imagine um casal fazendo compras no supermercado, no centro, morando na Ramada. Para chegar em casa, com bolsas de compras, este casal gastaria R$ 14 utilizando o táxi, e perto de R$ 6 utilizando o ônibus municipal. Estes poderiam pagar o 99, pois o valor se assemelha ao que gastariam se utilizassem o ônibus, pagando duas passagens. Neste exemplo, é mais fácil admitir que o 99 está impactando mais o transporte coletivo do que o de táxi.