Por Pedro Fonseca/Reuters
O presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira (12) que mantém negociações com o governo brasileiro com vistas a possibilitar a chegada ao país da vacina contra a Covid-19, em desenvolvimento pela empresa, no primeiro trimestre do ano que vem.
"No caso do Brasil, ainda estamos trabalhando fortemente com o governo brasileiro para tentar acelerar a disponibilidade no Brasil o mais rápido possível. Tenho esperança, como o governo também, de que no primeiro trimestre do próximo ano poderíamos estar contando com essa vacina disponível no Brasil", disse o executivo durante participação virtual em simpósio da Academia Nacional de Medicina sobre prováveis cenários de vacinação para a Covid-19.
A vacina da Pfizer Inc < PFE.N> passou a liderar, nesta semana, a corrida por um imunizante contra o novo coronavírus, depois que a empresa e sua parceira BioNTech anunciaram que sua candidata mostrou ter eficácia superior a 90%, com base em dados iniciais dos ensaios clínicos em estágio avançado.
A possível vacina passa atualmente por testes clínico em estágio avançado no Brasil com 3.100 voluntários nos Estados de São Paulo e da Bahia, mas não há até o momento acordo para compra pelo governo federal ou por qualquer Estado.
De acordo com o Ministério da Saúde, todas as vacinas com estudos avançados no mundo estão sendo analisadas para possível aquisição pelo governo federal, inclusive a do laboratório Pfizer.
Se for fechado um acordo, as doses seriam importadas das fábricas da Pfizer nos Estados Unidos e na Europa, mas posteriormente a empresa poderia firmar parceria com alguma instituição brasileira incluindo transferência de tecnologia: "Temos interesse em conversar para que essa tecnologia esteja presente no país", afirmou o executivo, lembrando que a vacina da empresa tem como base a tecnologia de RNA mensageiro, ainda inédita no mundo. "Um país como o Brasil tem que ter acesso e participar desse novo tipo de vacinas e plataformas", afirma Murillo.