Não existe nada pior do que o medo. Ele te faz parar quando o certo era avançar, e te faz praticar atitudes que poderiam ser melhor analisadas, mas o pavor do momento requer a emergência de uma ação desnecessária. Um outro ponto é que o medo pode te fazer tomar decisões que te afastam de onde você poderia estar. Mas na política nada é pior do que você imaginar que é maior do que realmente é. Esse é o pior dos problemas que mata até o mais promissor e inteligente que se conhecia, até então. Quem pensa e age assim perde a capacidade de analisar o cenário, não tem condições de dar um passo para trás para dar dois à frente amanhã, e esquece o mais importante: o seu devido lugar. E não se espantem, na política, assim como tudo na vida, cada um tem seu papel, cada um tem seu dom e cada um tem de ter consciência do lugar que se pode chegar.
Quando mais novo, a juventude, também na política, acredita que pode ser o que quiser, mas no futuro entendemos que não é assim. Tem aqueles que articulam, aqueles que têm voto, aqueles que investem, aqueles que lideram e aqueles que participam, e aqueles que dizem que participaram. Às vezes, você pode ter mais do que um dom, raramente três, mas nunca todos; mas o que se precisa pedir é o discernimento para entender até onde se pode chegar.
Vivemos um período na política e na história onde as pessoas acham que podem fazer qualquer coisa, independentemente de sua formação e preparo. Bom ponto, este que citei: preparo. Quando jovens, o que vivemos nos prepara para um futuro não tão distante assim, mas se preparar para chegar aonde se quer é primordial. O ponto que quero chegar, e preciso, é que necessitamos ter o entendimento de que nem todos serão vencedores e nem todos serão o que imaginam ou que querem. E estes têm características interessantes. Quando jogam o jogo da política, jogam com medo, o mesmo que citei no início do texto, e, portanto, não jogam para ganhar, pois logo percebem que isto não vai acontecer. Mas sem a capacidade de entender tudo o que disse acima sobre cada um ter seu lugar, decidem agir com as prerrogativas do medo. Passam a ser valentes em grupos menores, conspiradores “mexeriqueiros”, e por pavor de serem atropelados pelos maiores, e sabem que são menores, fazem aquilo que todo Saruê faz ao ser pego: gritam, porque só lhes restam isto. A esses não existe soma, nem tão pouco valor. Agregam quase nada, e uns poucos mais inteligentes, ainda buscam alguma sobrevivência no silêncio seletivo, mas nunca perdem a característica mais interessante, a de boicotar os que ele entende serem mais capazes e inteligentes.
Mas, no final, o que acontece com o Saruê? Quero deixar entendido, logo de uma vez, que sou totalmente contra qualquer crueldade aos animais e que estou fazendo apenas uma analogia. Mas respondendo à pergunta, acontece com o Saruê a mesma coisa que acontece com o personagem acima que esquece seu lugar e sonha em ser aquilo que não pode: morre gritando, sem valor e esquecido.